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90 anos de Juvina Alves Duarte

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Juvina Alves Duarte nasceu em 22 de março de 1922, nas proximidades do povoado do Ingá. Ela é Filha de Antônio e Ana Figueredo. Ela é a terceira filha de muitos desse casal: Tio Dudu, Tia das Dores, Ursulina (Dilu), Terezinha, Carmelita, Blandina (Tia Dina) e Rosa. Minha avó, ainda solteira, mudou-se com toda a sua família para Fazenda Nova após os seus pais venderem suas terras do Ingá, face a construção de uma usina de "Caruá" (vegetal que serve para fazer cordas). Minha avó foi criada num contexto de fazendas, tendo que ajudar seus irmãos e, principalmente, seus pais nas colheitas e nas demais atividades que toda fazenda familiar daquela época possuía.

Nem sempre ela fazia isso. Em uma das tantas colheitas de algodão que os irmãos saíam para fazer, minha avó se deitou no chão, numa sombra projetada por um Umbuzeiro, e começou a dormir, enquanto seus irmãos mais velhos colhiam o algodão da fazenda de seus pais. Seu irmão mais velho, Tio Dudu, com pena da minha avó, disse: "Toma, Juvina, um pouco do meu algodão para tu não voltar para casa sem nada, e papai e mamãe não brigarem com tu." Um irmão melhor do que esse a gente não encontra em qualquer lugar... (risos)

Da esquerda para a direita: Tia Blandina (Tia Dina), Tia Terezinha, Tia Dilu, Tia das Dores, minha avó e Tio Dudu. Sentados, num "amor eterno", meu bisavô Antônio e minha bisavô Ana, que não cheguei a conhecê-los [Foto gentilmente cedida pela minha prima Fátima Figueredo]

Minha avó não é letrada, mas é mais sábia do que muita gente "entendida" por esse mundo. Um vez a perguntei o porquê dela não ter ído a aulas de alfabetização. Ela, respondeu: "Meu filho, nunca fui para a escola direito porque naquela época tinha uma tal de Palmatória...". Nem todo mundo gosta de sofrer para aprender, não é? (risos)

Minha avó conheceu Abílio José Duarte, se casou e teve oito filhos. Minha mãe, em um de suas inúmeras histórias antigas que me conta, disse-me que antes de se casar com a minha avó, Abílio José Duarte sonhou com a mãe de Juvina, a Ana Figueredo, com uma criança nos braços. Depois do sonho, ele ficou se perguntando por que estava sonhando com a mulher de Antônio Figueredo com uma criança no colo. Hoje, posso afirmar que essa criança seria a minha avó, que futuramente iria casar com ele. Meu avô, viúvo, com 50 e tantos anos, casou com a minha avó, que ainda nem tinha 20 anos. Juntos, tiveram um história de 30 anos de companherismo e construíram uma grande família.


Depois de se mudar algumas vezes de residência (na rua da Várzea e na Praça Padre Leão), minha avó queria uma casa que pudesse dar assistência ao seu pai, para ele amarrar o seu cavalo quando chegasse de Fazenda Nova nos dias de feira em Custódia; e meu avô, sempre pronto para fazer os gostos de minha avó, conseguiu uma casa na Avenida Inocêncio Lima. Lá, eles terminaram de criar seus filhos e se estabeleceram definitivamente.

Quando estou com saudades dela (moro fora de Custódia), a voz dela parece que ecoa nos meus ouvidos, me chamando: "Marrim, ôôôô Marrim!". Ou então, quando está entediada, gritando: "Eitaaaaaa!!!". Hoje em dia, a sua audição está comprometida por causa do envelhecimento e das "apoptoses" da vida, mas, mesmo assim, eu passo vários minutos conversando com ela, tirando fotos e matando a saudade. Ela às vezes sonha comigo, ou eu pedindo dinheiro, ou dando-me ordens, ou dizendo coisas para eu não fazer na vida. Ela é a minha segunda mãe. Ela praticamente me criou e sou muito grato a ela por tudo, por ela ter me dado tanto afeto.

Minha avó e minha mãe

Mas o que falar de Juvina...? Uma mulher guerreira, que soube lidar com a viuvez precoce. Uma mulher de pulso forte, que não se deixava levar pelos outros, tendo um espírito de liderança impressionante, que tive o prazer de ver pessoalmente na minha infância. Não conheço uma pessoa mais vaidosa que a minha avó. Ela não tira os seus brincos por nada, não tira suas pulseiras por nada... sempre, sempre ela manda buscar um objeto, algo que ela tenha, que seja elegante para me mostrar. Elegante: essa é a palavra-chave para eu definir Juvina Alves Duarte com muita firmeza e sem medo de errar. Atualmente, minha mãe e minhas tias cuidam da minha avó.

Minha avó e eu (1994)

Ela é mãe de oito, avó de dezoito, bisavó de quinze... Ela construiu uma família imensa. Ela é a matriarca de um enorme família, da minha família. Ela é uma mulher de fibra, de respeito inigualável. Depois da morte do meu avô em 1972, ela não quis saber mais de ninguém, não queria conhecer ninguém mais. Era a viúva de Abílio José Duarte e pronto. Admiro esse sentimento forte que ela tinha pelo meu avô. Admiro a lealdade que ela tem com todos que ela gosta. Admiro cada palavra de minha avó, porque ela, simplesmente, é uma firmeza de ideais fortes, de opinião, de afeto e amor, com quem ela ama. Ela é uma grande mulher. Ela é muito mais que uma personalidade... Ela é muito mais que 90 anos de história, de lutas, de experiências, de vitórias. Ela é muito mais que uma postagem como essa, que deixa a desejar sobre ela. Ela é a minha avó inesquecível, a minha avó de memorável personalidade. Ela é a minha segunda mãe. Ela me acolheu nos seus finais de semana. A mulher que ajudou a minha mãe a me criar. A minha avó linda, mais que linda, sempre linda. Ela é a forte Juvina Alves Duarte.

Se costumo ter pés e mãos frias, é porque, isso, eu ''peguei'' dela. Se tenho lábios finos; nariz fino, mas grande, é porque "herdei" dela; se tenho queixo curvado e não reto, é porque eu sou neto dela. A genética não falha... Obrigado por ter me dado conselhos, por ter sido "A Avó". Obrigado por tornar nossas conversas numa "resenha": de rir do meu cabelo grosso, de ''tirar onda da minha cara'', de dizer que eu estou um ''rapaizão". Obrigado por ter dado o meu primeiro banho, por ter sido o meu exemplo de experiência. Obrigado por ter me dado o que todos precisam: amor. Obrigado por me proporcionar uma infância maravilhosa, brincando de bola na frente de sua casa e de deixar eu te aperriar por tantas vezes. Obrigado por sempre sorrir quando me ver. Obrigado por sempre me reconhecer, quando, hoje, reconhece pouquíssimas pessoas. Obrigado por nunca ter me esquecido. Obrigado, por tudo.

Postagem: Antonio Marlos Duarte, o seu neto mais novo, que tanto te ama! Você é 10!!!!

Nota: quis fazer uma postagem bem pessoal. Ainda, quis mostrar um pouco do que vivo com a minha avó e um pouco de sua personalidade forte e sua história. Os fatos históricos de minha avó foram baseados em relatos de minha mãe. Abraços!

1 comentários:

edson gois disse...

Dona Juvina,merece todo o respeito e homenagem dos dos cidadãos e cidadã de custódia. Seria esta a hora de perpetuar o nome de Dona Juvina com o nome de uma rua.Eu ainda criança e joãzinho, levamos umas cipoadas; joãozinho apanhou de minha mães ( Dona Gercina) e eu de dona Juvina. Minha mães e Dra. Juvina, vinham da missa, quando avistaram eu e joãozinho brigando. Combinaram elas em acabar com a briga, dando uma surra no filho da outra.Sempre que fiu a Custódia, fazia questão de dar um abraço em Dona Juvina. Ainda pretendo ir a Custódia para renovar este abraço.
Edson Florêncio de Góis.

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